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terça-feira, 21 de setembro de 2010

É bonita... (já dizia o poeta...)

A vida chama, você corre... e ela 
foge.
Um horizonte não tem mais poder de fogo que uma existência em jogo, meu bem!
E ela,
Chama!

domingo, 19 de setembro de 2010

Chico

Graças a Deus, fiz uma cirurgia na boca que me obrigou a ficar calado dois dias, tempo e mãos livres para o computador e a memória relaxada pensando passados.

Foi assim tranquilo e a gosto, que me lembrei do dia em que estávamos almoçando Bacalhau a Braz - com Paulo freire, sua esposa e sua equipe; Darcy Ribeiro e outros amigos exilados - na casa onde morávamos Cecília, eu, e nossos filhos, em Lisboa, no Campo Pequeno - onde ainda se humilham touros com bandeirolas coloridas espetadas no sangue, sendo retirados da arena depois da faina, vivos, mas envergonhados, por doze vacas corpulentas com guizos no pescoço! - quando, na sobremesa, minha mãe visitante me disse que tinha trazido do Brasil uma carta do Chico. Pusemos a carta-cassete na vitrola e, pela primeira vez, ouvimos "Meu caro amigo", com Francis Hime ao piano. Falávamos tristezas, e ouvimos um canto de esperança.

Chico resistia aqui no Brasil, escrevendo "Apesar de você" e "Vai passar", e nos ajudava a resistir, lá fora, cantando sua amizade. Sua lírica era a mais pura poesia épica: seu caro amigo eram todos os nossos amigos, e todos os nossos amigos eram seus.

Emoções, existem muitas... Algumas são irrepetíveis.

BOAL, Augusto. In: FERNANDES, Rinaldo de (org.). Chico Buarque do Brasil. Rio de Janeiro: Garamond: Fundação Biblioteca Nacional, 2009. p. 45.

sábado, 11 de setembro de 2010

(2007-2010)

Me rendeu uma crônica e um poema, aquela melhor que este... ambos suportáveis. E hoje, depois de ter zanzado tanto por essa tela iluminada - que não me faz saber se é de noite ou se já amanheceu -, eu parei novamente para escrever... e de novo o tema é você...

Não, não, corrijo-me: embora eu me dirija a você frequentemente aqui, há algum tempo você já deixou de ser meu tema, meu protagonista preferido. Agora, pelo menos, eu respiro ares que não os teus. E é tão bom! Tão bom voltar à vida antes de ti, poder te guardar no cantinho de alguma sala redonda aqui dentro. Trancar não. Quero ter liberdade até praa te rever quando me aprouver, revisitar a nossa história, já sem dor, sem lágrimas, sem sangue, coração... Apenas com um carinho quase maternal... carinho assim que eu te dedico agora, meu amor. Não muda e nem vai embora. Fica fazendo parte da minha felicidade e de quem eu sou... para sempre.