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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Do concurso (que eu não ganhei)

Passadinha só pra registrar minha humilde, porém significativa (ao menos pra mim) participação no concurso 6X6 da Revista Piauí (revista que eu assino, leio e recomendo).
Trata-se de um concurso - que, se não me engano, vai até Fevereiro de 2011 - no qual tem-se que contar uma história em 6 (apenas 6) palavras.

Todas as respostas seriam publicadas no site da revista e os 3 primeiros lugares ganhariam um lugar ao sol na próxima edição "real" da mesma.

Sim, eu fiquei só no mundo virtual!

Participei em Setembro mas, devido a minha dificuldade em encontrar os resultados, só hoje, com ajuda do Google e por acaso, eu consegui me achar no meio das muitas e muitas respostas publicadas no site.

E agora eu disponibilizo, com muito orgulho, a "foto" do site aqui a quem interessar possa!

"Tanto sonhou, que nasceu acordada. Vive!"

sábado, 11 de dezembro de 2010

Encontros e Despedidas


(Aos meus queridos amigos da FPA)
E o ano? Se foi!
E os amigos? Eles ficam!
Ficam porque fazem parte, agora, da pessoa que eu sou e serei
Ficam porque eu os amo
E se eu me afasto, são circunstâncias
São escolhas dessa vida maluca
Mas já não choro mais

Eu confio na grandeza da amizade
Na beleza dos sorrisos
Na pureza das palavras
Nos abraços
Nos sonhos

Amém!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

The Beatle

 Esta semana começou diferente. Um Beatle veio dar o ar de sua graça em São Paulo e um burburinho, que há muito perambulava por aqui, de repente, cresceu: virou melodia na voz da fila quilométrica que dava voltas no Estádio do Morumbi; virou percussão nas palmas prematuras que aquele cordão de pessoas começava a ensaiar ao escutar uma voz conhecida que, lá dentro, cantava Penny Lane. Ele veio só passar o som, o melhor ainda estava por vir!

Mas daquela fila, ninguém reclamava e muito menos cedia o lugar – o sagrado lugar que, como numa caça ao tesouro, começou a ser procurado há cerca de um mês: pelo telefone (mudo!), pela Internet (lenta, travada!) ou por outra fila que, assim como essa agora, também abraçou o Pacaembu. Mas essa semana, estávamos todos na reta final e o pódio tinha mais de 60 mil lugares!

No meu caso, houve certa descriminação de quem não entende a grandeza daquele momento. <<Você só vai em coisa de gente velha!>> Eu tenho 22 anos. No meu rádio, Beethoven e Mozart, Queen e Beatles, Bethânia e Elis sempre serão muito bem vindos! Outros me perguntaram <<o que leva uma pessoa que não era nem nascida quando os Beatles estouraram, querer tanto ir a esse show?>> Eu não sei a resposta, mas sei que ela não passa nem perto do quesito idade. Ou então eu não teria visto os olhos brilhantes alegria-e-lágrima daquele menino ao telefone que dizia <<Eu estou muito feliz... Muito obrigado, tio!>>. Ele não tinha 15 anos! Ou então, eu não teria visto aquele mar de pessoas, cujos corações batiam a menos de 30 anos, e agora pareciam alcançar 300 km/h.!

O Rock ‘n Roll estava escrito naquele rosto e vivo naquela voz que dizia <<Boa noite, São Paulo! Tudo bem?>> E se os nossos olhos não queriam acreditar no que viam, tampouco os dele pareciam querer. Por 3 horas, 64 mil pessoas e um Beatle participaram de um milagre: reviver aquilo que nunca haviam vivido. Estávamos todos imersos naquele rio que não nos pode banhar duas vezes.

Não sei se realmente eu só vá a coisas de gente velha. Mas se for assim, me conforta o fato de saber que eu não sou a única. E aquela noite, eu poderia ser tão velha quanto a Lua (que também veio vê-lo); ou tão nova quanto a lágrima que deixei cair: eu só queria estar ali. E estava!

Tavito, uma vez, perguntou <<Será que algum dia eles vêm aqui cantar as canções que a gente quer ouvir?>>* Ele veio e cantou... e fez um monte de gente feliz! Na minha lista de sonhos, essa semana eu risquei mais um; e na estória da minha vida, escrevi mais um capítulo.

*Música: Rua Ramalhete (Tavito)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

É bonita... (já dizia o poeta...)

A vida chama, você corre... e ela 
foge.
Um horizonte não tem mais poder de fogo que uma existência em jogo, meu bem!
E ela,
Chama!

domingo, 19 de setembro de 2010

Chico

Graças a Deus, fiz uma cirurgia na boca que me obrigou a ficar calado dois dias, tempo e mãos livres para o computador e a memória relaxada pensando passados.

Foi assim tranquilo e a gosto, que me lembrei do dia em que estávamos almoçando Bacalhau a Braz - com Paulo freire, sua esposa e sua equipe; Darcy Ribeiro e outros amigos exilados - na casa onde morávamos Cecília, eu, e nossos filhos, em Lisboa, no Campo Pequeno - onde ainda se humilham touros com bandeirolas coloridas espetadas no sangue, sendo retirados da arena depois da faina, vivos, mas envergonhados, por doze vacas corpulentas com guizos no pescoço! - quando, na sobremesa, minha mãe visitante me disse que tinha trazido do Brasil uma carta do Chico. Pusemos a carta-cassete na vitrola e, pela primeira vez, ouvimos "Meu caro amigo", com Francis Hime ao piano. Falávamos tristezas, e ouvimos um canto de esperança.

Chico resistia aqui no Brasil, escrevendo "Apesar de você" e "Vai passar", e nos ajudava a resistir, lá fora, cantando sua amizade. Sua lírica era a mais pura poesia épica: seu caro amigo eram todos os nossos amigos, e todos os nossos amigos eram seus.

Emoções, existem muitas... Algumas são irrepetíveis.

BOAL, Augusto. In: FERNANDES, Rinaldo de (org.). Chico Buarque do Brasil. Rio de Janeiro: Garamond: Fundação Biblioteca Nacional, 2009. p. 45.

sábado, 11 de setembro de 2010

(2007-2010)

Me rendeu uma crônica e um poema, aquela melhor que este... ambos suportáveis. E hoje, depois de ter zanzado tanto por essa tela iluminada - que não me faz saber se é de noite ou se já amanheceu -, eu parei novamente para escrever... e de novo o tema é você...

Não, não, corrijo-me: embora eu me dirija a você frequentemente aqui, há algum tempo você já deixou de ser meu tema, meu protagonista preferido. Agora, pelo menos, eu respiro ares que não os teus. E é tão bom! Tão bom voltar à vida antes de ti, poder te guardar no cantinho de alguma sala redonda aqui dentro. Trancar não. Quero ter liberdade até praa te rever quando me aprouver, revisitar a nossa história, já sem dor, sem lágrimas, sem sangue, coração... Apenas com um carinho quase maternal... carinho assim que eu te dedico agora, meu amor. Não muda e nem vai embora. Fica fazendo parte da minha felicidade e de quem eu sou... para sempre.